31 de dez. de 2009

Fim de ano, artistas e dentistas


30 de março de 2006 (quinta)

Estava com a Glória Maria, do Fantástico, comemorando mais uma virada de ano. Caminhávamos numa estrada de terra de encontro a um portal magnético (tipo do filme "Stargates") e esse "portal" representaria o Ano Novo. Isso seria transmitido ao vivo pela TV!

Depois que atravessamos o portal, chegaram a Fernanda Abreu e a Cláudia Rodrigues, que nos acompanharam.

A Fernanda Abreu começou a cantar a versão que ela tinha feito da música de Jorge Ben Jor:

Eu vou torcer pela Paz, pela alegria, pelo amor... pelas coisas bonitas eu vou torcer, eu vou...


Tinha partes que ela esquecia, eu recordava e continuava, e todos cantavam junto.

Pense na situação: Glória Maria, Fernanda Abreu e Cláudia Rodrigues e eu caminhando por uma estrada de terra, cantando: "Eu vou torcer" (do Jorge Ben Jor)!

Depois paramos num ponto do caminho onde dois trilhos de trem se cruzavam. Do lado esquerdo, o trilho seguia por uma passagem entre muitas arvores frondosas, e ao longe uma casa colonial bem longa (era uma imagem linda, tipo cena de filme de época). Resolvi seguir por ali, já que o lado direito era só deserto, e as três artistas ficaram por lá.

Enquanto eu avançava, a casa parecia maior e mais longa. Descobri que era um centro de assistência comunitária, e neste dia era de atendimento odontológico. Vi minha irmã e minha avó levando uma de minhas primas gêmeas para lá. O lugar era meio rústico e sombrio, pois era um casarão colonial muito antigo que também havia sido transformado em escola.

Depois disseram que eu teria que colocar um aparelho dental. Senti duas barras finas de bronze apertando meus dentes. Não conseguia falar. Tive que tirar o negócio dos meus dentes pra poder dizer: "Eu quero sair daqui!".

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15 de dez. de 2009

O cheiro de sua infância...


15 de dezembro de 2006 (sexta)

Estava anoitecendo... abri a porta da frente e fui direto ao porta-carta ver se havia correspondência. Quando olhei para trás, vi você e sua mãe. Nossa como você mudou... estava com mais tecido adiposo! (rs) Totalmente diferente. Mas reconheci pelo sorriso e os olhos brilhantes. Sua mãe parecia mais velha. Abracei-a. Ela parecia contente. Vocês tinham vindo me visitar. Era uma surpresa.

Minha mãe observava, parecia que já sabia. Foi ela quem abriu o portão para vocês.

Numa outra cena... eu caminhava pelas ruas da sua cidade, na verdade, flutuava; saltando de rua em rua. Talvez tentando te encontrar. Eu sabia que você morava lá, pois reconhecia tudo pelo cheiro de sua infância.

Era um sonho dentro de um sonho.

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30 de ago. de 2009

Receitas de coelho


27 de agosto de 2009 (quinta)

Estava correndo pela calçada de uma avenida. A calçada era coberta de plantas trepadeiras de onde apareciam vários macacos pequenos. A cada cem metros de calçada, espécies diferentes de macacos surgiam, macacos que até pareciam morcegos, suspensos de cabeça para baixo e camuflados numa capa, parecendo flores escondidas

Mais adiante, ao longo da calçada, onde já não havia mais plantas trepadeiras e seus macaquinhos, um baquete só com receitas de carne de coelho estava sendo montado e apresentado pela Ana Maria Braga.

Tinha coelho ensopado, coelho ao molho, coelho frito, coelho assado, empadão de coelho...

Cheguei a provar uma receita de filé de coelho com tomate, servido num molho bem saboroso.
Só até aí que consigo lembrar.


Hora do tempo: entardecer/anoitecer.

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18 de jun. de 2009

A Ilustre Casa do Viúvo

08 de maio de 2009 (sexta)

Diante do perigo de um lagarto enorme (que mais parecia um dragão de Komodo) rondando um terreno baldio, adverti um menino que morava em frente ao terreno e o ajudei a entrar na sua casa. Agradecido, o pai do menino me convidou a entrar. Era uma casa grande e aconchegante, bem compartilhada; tipo classe média, porém na frente de um terreno baldio.

O homem devia ter seus quarenta e tantos anos, era viúvo, morava com o pai e os quatro filhos do sexo masculino, incluindo o menino, que aparentava ter 6 anos (o caçula decerto); o mais velho devia ter vinte e oito.

Cada um tinha seu respectivo quarto junto com seu respectivo banheiro, apenas o quarto do avô não era suíte, na verdade, era um antigo cômodo da casa onde se guardava caixas e objetos velhos, transformado em quarto assim que o vovô também ficou viúvo. Eu não quis indagar a respeito do "desprivilégio" do avô, afinal, não era da minha conta.

A sala da casa era muito bonita, as paredes revestidas de pedras e os sofás muito confortáveis. Tapetes, cortinas, lustres, abajures e até uma lareira compunham o requinte. A sala era um pouco escura, talvez isso a deixava mais aconchegante.

Uma escada de apenas dois degraus dava acesso ao quarto dos filhos que eram perpendiculares a si, ou seja, quem estivesse na frente da porta de um, as outras portas estariam atrás e ao lado (quanto detalhe). Havia mais uma passagem que ligava a sala diretamente ao terraço sem ter que entrar pela porta principal, interessante.

Havia um corredor iluminado por lâmpadas em forma de tulipas, pensei até que fossem luzes de vela. Como estava escuro, imaginei que desse acesso à lavanderia ou ao quintal, foi isso o que deu um ar misterioso à casa, mas me contive a perguntar.

O dono da casa, sempre simpático e sorridente, me tratou com cortesia, me apresentando aos filhos e me convidando a consumir alguma coisa no terraço. Minutos depois, o filho do meio me convidou para assistir a uma partida de futebol no estádio da cidade. Ele devia ter vinte e dois anos, cara de nerd, mas gente boa, foi com quem eu mais me identifiquei dos quatro. O mais velho tinha saído, o terceiro era um adolescente mal-humorado e o quarto, o caçula, é claro.

Fomos num ônibus velho, apertado e barulhento, rumo ao estádio. Sentamos no fundão enquanto conversávamos a respeito de várias coisas, entre elas a enchente na cidade de Sobral. Foi aí que me perguntei se era essa ou não a cidade onde estávamos ou se era apenas a cidade natal dele.

Antes de chegar ao estádio, o ônibus parou numa oficina. O chão sujo de graxa e o alvoroço no estádio (a poucos metros dali) indicavam que estávamos perdendo tempo. Decidimos ir a pé. Condição do tempo: nublado.

Mesmo ao acordar, a lembrança da casa continuava viva, como se eu quisesse voltar a sentir aquele requinte e aconchego novamente, ou apenas para confirmar que se tratava de uma casa térrea.

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1 de jun. de 2009

Bebê a bordo

20 de janeiro de 2008 (domingo)

Entrei com um menininho de colo num ônibus lotado. Quando o ônibus arrancou, segurei os cabos com as duas mãos e coloquei o menininho nas minhas costas – como se faz na brincadeira de cavalinho – e pedi para ele segurar bem.

Fui para o fundão, e ninguém me ofereceu uma cadeira. As pessoas ficavam olhando aquela situação e sorriam, achando tudo engraçadinho.

Quando o ônibus ia mais rápido, achei melhor colocá-lo nos ombros.

O moleque era bem gordinho e pesava [até no sonho dá pra sentir o peso].

O pessoal continuava observando e achando engraçado... Até que o menino dormiu. E eu, com medo dele cair, o ajeitava pra ficar bem grudado a mim.

Na hora de descer, o acordei. Coloquei-o no chão e descemos do ônibus.

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