6 de jun. de 2008

Cemitério cearense

9 de julho de 2004 (quarta)

Eu e minha prima (uma gêmea) estávamos a uma mesa ao ar livre. Parecia temporada de férias. O tempo não estava claro, nem muito escuro – sempre tem uma cor característica de sonhos: meio cinza. Minha prima reclamava porque não tinha nada para comer nem o que fazer, e queria ir embora.

Próxima cena:
Estava com meus pais num carro percorrendo uma estrada à alta velocidade, estava mais ou menos escuro (tipo anoitecendo). Meu pai atropelou um cara de bicicleta, mas não voltou atrás para prestar socorro (por medo talvez), não sabíamos se o cara tinha morrido. Mas cheguei a ver que o carro passou em cima da roda bicicleta, machucando apenas a perna do sujeito. Eu estava no banco de trás, do lado direito.

Ainda no carro, subimos uma ladeira que dava para um local urbanizado com várias casas. Depois, minha mãe e eu saímos do carro, peguei uma bicicleta e entrei num lugar que parecia ser um cemitério. Entrei de bicicleta no cemitério, era bem espaçoso e bem repartido; a bicicleta podia passar entre os túmulos – túmulos formosos, a maioria em mármore. Tinha um em forma de triângulo, feito em mármore negro. Cheguei a lembrar de um cemitério que vi no Ceará.



Depois subi uma pequena ladeira que dava para um patamar de mármore verde-escuro, onde seguia outra ladeira de cimento branco para outro patamar no qual havia uma capela de cor verde-escuro (mais clara que a do 1º patamar) coberta de flores. Nos patamares havia gente, principalmente senhoras, muitas senhoras. Cheguei a ver minha avó paterna, olhando para os túmulos (de longe, a maioria dos túmulos eram brancos).

Ouvi uma das senhoras falar de uma santa que chorava mel. A senhora falava alto e indiscretamente. Saí da bicicleta e olhei para a capela (que tinha um formato diferente) para ver se tinha a tal santa, mas não vi nada. Fiquei um tempo no primeiro patamar observando muita gente que subia e descia, parecia uma procissão.

Assim que desci, me deparei com uma mulher encostada na torre triangular de mármore de um túmulo, que era o último da rua principal do cemitério. Essa mulher era grande, madura e feia. Toda maquiada (e mal maquiada), parecia mais uma bruxa, com sombra bem escura nas pálpebras. Lembro que sua pele era escura, mas não chegava a ser negra. Ela era um pouco forte, mas não chegava a ser gorda. Estava chorando, chorando mel, chorava muito, que as gotas de mel caíam no chão. Fiquei com uma grande dúvida: era essa a santa de quem haviam falado? Fiquei com um pouco de medo.

Depois de me distanciar, vi um homem se aproximando, mas só conseguia ver os braços dele, segurando um tubo preto enorme. O tubo era tão grande que cobria o seu rosto. Olhei para o tubo e ouvi um estrondo.

E o sonho acabou.


Acredite ou não.

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